Campeonato Brasileiro
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

SÓ SEI QUE NADA SEI...

Fred comemora timidamente o gol contra seu ex-clube
Foto: Photocamera

Caros amigos tricolores,

Não quero escrever aqui no blog o que muitos fariam. Títulos como vitória da raça, da determinação, virada sensacional e algo parecido com essas expressões com certeza estariam presentes numa vitória como a que o Fluminense conseguiu no jogo contra o Cruzeiro, no Mineirão. Mas não vou nessa corrente. Vocês, com certeza, vão pensar que eu estou louco.

Porém, não estou. Vou contar a história desse jogo da forma como ela aconteceu comigo, desde a partida do último domingo, contra o Goiás. Assim também falo um pouco dos jogos que eu não postei aqui nessa última semana. Outra vez, os amigos pensarão: é ele está louco mesmo, mas vamos lá.

Domingo, 25 de outubro de 2009. Depois de abrir 2 a 0 no jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, o Fluminense vai até Goiânia para enfrentar o Goiás. Jogo difícil, Goiás brigando na parte de cima da tabela. Fluminense na lanterna, com 26 pontos. Vitória do time da casa certa, dizem praticamente todos. O craque do time, o argentino Conca, suspenso. Talvez eu, e mais alguns tricolores, achávamos que o Fluminense poderia surpreender. Menos de vinte minutos de jogo, Goiás 2 a 0.

Eu pensava: “realmente os todos estão certos. Missão praticamente impossível. Estamos praticamente rebaixados”. Final do primeiro tempo e gol do Flu: Mariano. Final de primeiro tempo. Virtualmente rebaixado? Ainda não, faltam 45 minutos.

Começo de segundo tempo. Falta. Gol de Equi Gonzalez. Tudo igual, 2 a 2. Segura o empate ou tenta a virada. Defesas sensacionais de Rafael. Final de jogo. Empate e mais um ponto. Chegamos a 27. Muito difícil a situação, a matemática nos diz que temos que vencer os seis jogos restantes.

Quinta-feira, 29 de outubro. O Fluminense joga contra o Atlético-MG, que briga pelo título. Os resultados de quarta deixam o Tricolor com 8 pontos de sair da zona de rebaixamento, e os jogos que faltam serão encarados como “decisões”. Antes da bola rolar, novamente a expressão: “praticamente rebaixado” vem a tona. Jogo complicado, adversário embalado. Primeiro tempo, e pênalti para o Flu. Fred, com uma, duas paradinhas e 1 a 0. E chove. A torcida do Fluminense incentiva. Início de segundo tempo. Jogada de argentinos, de Gonzalez para Conca. Flu 2 a 0. Vitória garantida?

Talvez não. Escanteio, falha do goleiro Rafael, e gol de Tardelli, o artilheiro do Brasil. Sufoco do Galo? Desespero tricolor? Nada disso. Contra-ataque e Tartá quase faz o terceiro. Fred de cabeça e de perna esquerda. Duas defesaças do goleiro uruguaio Carini. Não para de chover. A torcida do Fluminense não para de cantar. Vai acabar a partida. Termina. O Fluminense vence a “primeira decisão”. Chegamos aos 30 pontos. Ainda na lanterna. Mas e daí, o importante foi a vitória.

Domingo, 01 de novembro. Jogo fora de casa contra o Cruzeiro, no Mineirão. O time da casa embalado, avassalador no segundo turno. Sequencia de 7 jogos invictos, 5 vitórias consecutivas, recuperação incrível depois da perda da Libertadores, brigando no G4, brigando pelo título. Resultados não são bons e estamos novamente a 8 pontos de sair do Z4, zona do mal, Z4 do mal, zona de rebaixamento, chamem como quiserem, mas não é bom ficar lá, imaginem por vinte e tantas rodadas.

E na lanterna é pior ainda. Começo de jogo. Cruzeiro pressiona. Guerrón, o carrasco da Libertadores-2008 tenta. Fernando Henrique defende. Maicon recebe livre, vai marcar, driblou Fábio e... tropeça, sozinho. Não pode ser. Não acredito. E o velho ditado se faz presente: “quem não faz, leva”. Jonathan, entre FH e a trave. Cruzeiro 1 a 0. Desespero. Diogo derruba Guerrón na área. Pênalti. Se foi ou não, isso não tem importância. Bola na marca da cal. Wellington Paulista na bola. Correu, atirou e bola vai para fora. Alívio. Quem disse. Erro de passe, de Guerrón para Wellington Paulista. Um corte seco em Gum, que fica no chão e tranqüilidade na hora de concluir. Belo gol, Cruzeiro 2 a 0.

A Raposa, como é conhecido o Cruzeiro, rápida e astuta deita e rola. Não acaba o primeiro tempo. Será que vai ser 3, 4, 5 a 0 só no tempo inicial. Intervalo. São mais ou menos 19h20min. E a velha frase, que me acompanha desde não sei quando surge a minha mente: “praticamente rebaixados”. Dessa vez acho que sim, eu penso. Telefone não para. Mensagens de consolo, brincadeiras de amigos, que torcem pelos rivais. Sinto-me rebaixado, junto com o time. Início do segundo tempo, time alterado, mudança de esquema, são apenas 45 minutos para que algo possa acontecer. O empate não serve. Temos que virar o jogo.

Conca joga na área, Maicon tenta e o zagueiro Gum, que ficou no chão no gol do Paulista, agora marca para o Flu. 2 a 1. Ainda dá. Vamos buscar. Novamente Conca. Dessa vez um lançamento perfeito para o artilheiro Fred. Não vá perder. E ele não perdeu. Bola nas redes, tudo igual em 2 a 2. Sem comemorações, afinal Fred se destacou no clube mineiro. Mas não ligo, estou preocupado com o tempo, será que vamos conseguir a virada. Nesse momento, estamos a 7 pontos de sair da situação complicada. Voltando ao jogo: Gilberto e Jonathan tentam de longe. FH defende as duas.

E num momento, quando o que parecia impossível, acontece: Mariano na direita, bola para Maicon, sozinho. Ele corre, corre. Vai sair com a bola. Não, ele invade a área. Levanta a cabeça, tem o Fred livre, eu grito. E ele parece que me ouve. Bola açucarada para o camisa 9 tricolor. Chute de primeira, rasteiro, canto direito, sem chances para o goleiro Fábio. Virada tricolor. Fred não comemora de novo.

Eu não quero saber. Eu grito, xingo alto, minha sobrinha de dois anos sorri e grita junto, sem entender o que o tio falou o que quis dizer. Incrível, fantástico, extraordinário, eu peço licença a um antigo programa televisivo para tentar dizer o que sinto naquele momento. Cruzeiro 2. Fluminense 3. Às 19h40min estava rebaixado. Às 20h30min eu acabo de vencer uma partida. Eu e todos os tricolores, inclusive a minha sobrinha. Que nesse momento solta uma gargalhada.

Futebol, como gostam e dizem os sábios, os mais antigos do futebol, é mesmo uma “caixinha de surpresa”. Eu, mais do que nunca, nessa semana acho que descobri ainda mais o poder dessa expressão. Realmente o futebol nos trás alegrias, tristezas, muitas emoções, diria o rei Roberto Carlos.

Amigos, sinceramente eu não sei o que pode acontecer daqui para frente, nessas últimas partidas que restam. Não sei se o Fluminense está “praticamente rebaixado”, como esteve nesses últimos jogos. O que eu posso dizer é que hoje o Fluminense está a 5 pontos de sair dos quatro últimos colocados, que não é mais o lanterna, que está a 7 jogos sem perder (6 pelo Brasileiro e um pela Sul-Americana). O resto, eu deixo para os “sábios” descobrirem, ou que seja o que Deus, ou melhor, “os Deuses do Futebol”, quiserem!!!

Um comentário:

http://flamengo.clubme.net/ disse...

gostei muito do blog.
Aceita parceria?

abraço.
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