Campeonato Brasileiro
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sexta-feira, 3 de abril de 2009

DIGNO DE BOTAFOGO

Jogadores comemoram o gol de empate
Foto: Globoesporte.com

Torcedores do Glorioso,

Ainda dependendo de suas próprias forças para chegar as semifinais da Taça Rio e buscar o tri, o Botafogo recebeu o Madureira em seus domínios. Coincidentemente, o Bota comemorava três anos da vitória por 2 a 0 sobre o Madureira, que abriu caminho para o título estadual de 2006 . O resultado negativo praticamente deixava o fogão eliminado da competição, tendo que vencer seu jogo, diante do Resende, e ainda torcer por alguns resultados. Mas o Botafogo superou tudo isso, mostrou muita raça para vencer e foi feliz: 3 a 2. Guerreiro, Reinaldo e Túlio Souza marcaram pro alvinegro e Alex Alves e Jones diminuiram para os visitantes.

O técnico Ney Franco não pode contar com a presença de Alessandro, então colocou Thiaguinho para jogar na direita e Gabriel na esquerda. Normalmente Thiaguinho aparece bem nos jogos, busca o ataque, briga pela bola, mas cai de rendimento no segundo tempo, quando Ney Franco faz aquela tradicional mudança e o coloca para atuar de volante. Porém, ontem Thiaguinho esteve apagado, embora estivesse em sua posição de origem, o que me faz pensar que as principais jogadas do Botafogo tem sua criação no setor esquerdo, aonde esteve Gabriel, um dos melhores da partida.

Com um Madureira fechadinho, o Bota teve dificuldades para armar as jogadas, como já disse, o setor esquerdo era o que tentava criar, com Maicosuel e Gabriel. As jogadas até saíam, mas Maicosuel carregava demais e Gabriel afunilava muito facilitando a defesa do Madura que esteve bem postada. Nos contra-ataques o tricolor suburbano levava perigo e a defesa do Botafogo parecia disposta a entregar.

O Madureira conseguiu sair na frente exatamente numa falha, Bruno passou por três marcadores e rolou para Alex Alves, o ex-Botafoguense dominou, olhou para o canto e fez um golaço por cima de Renan que ficou inerte. O time, que já não estava bem, ficou pior e sequer levou perigo ao goleiro do Madureira. Enquanto isso o tricolor chegava, mas sem o mesmo ímpeto de antes, sabia que era possível vencer e foi para o intervalo na frente.

O que sempre vem acontecendo nos jogos do Botafogo é a mudança significativa de postura que o time apresenta. No primeiro tempo é um time apático, sem criação; no segundo um time forte, com vontade e determinado, não sei o que Ney Franco vem dizendo no intervalo, mas tem dado certo. Como sempre o treinador fez suas alterações: Juninho e Batista deram lugar a Léo Silva e Lucas Silva, respectivamente. Com isso o Botafogo ficou um pouco mais presente no ataque e o Madura acuado.

As alterações de Ney fizeram, em quatro minutos, o que o time todo não havia feito em 45. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou limpa com Lucas Silva que soltou a bomba defendida no reflexo por Renan, do Madureira. O goleirão do tricolor voltou a trabalhar no primeiro lance certo que o Botafogo criou pela lateral, não por acaso foi pelo lado esquerdo. Victor Simões cruzou na medida, Reinaldo cabeceou à queima-roupa e ele interveio com uma defesa fantástica.

Depois de tanto insistir, o Bota acabou marcando numa falha de Renan. Maicosuel cobrou escanteio na área, o goleiro do Madureira saiu mal e Leandro Guerreiro, melhor do Bota em campo, escorou para o gol vazio. Apesar de ter marcado, o Botafogo não quis saber de diminuir o ritmo e continuava chegando com perigo. Algumas vezes esbarrava na falta de criatividade, outras vezes na força dos zagueiros do Madureira.

O jogo seguiu igual até os 36 minutos de jogo quando Victor Simões resolveu aparecer, mas num papel diferente do que está acostumado, ao invés de matador, apareceu como garçom e serviu Reinaldo dentro da grande área, o camisa 7 deu um toque por cobertura e garantiu a virada. Até ali, com o Madureira completamente dominado, não passava pela cabeça de ninguém uma reação do tricolor suburbano. Mas já na rolada de bola o time veio para cima do Botafogo até arrumar uma falta aos 38. Jones bateu forte, Renan demorou a cair e falhou no lance, empate no Engenhão e não dava para acreditar que o Bota entregaria um jogo no final novamente.

O árbitro Péricles Bassols assinalou quatro minutos de acréscimo, era esse o tempo que o Botafogo tinha para mostrar seu futebol e seguir firme na busca pelo título. Aos 49, no último lance de ataque, coube àquele que traz o nome de um dos maiores ídolos do Botafogo, fazer a diferença. Lucas Silva tocou curto e Túlio Souza chutou forte de pé direito, sem chances para Renan. Na comemoração ele mandou um sonoro "cala a boca" para um dos corneteiros, que se ficasse em casa não faria a menor diferença. Final no Engenhão e uma vitória sofrida, na raça, para ficar na história.

BOTAFOGO 3 X 2 MADUREIRA

Estádio: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 2/4/2009 - 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Péricles Bassols Cortez (RJ)
Auxiliares: Jorge Luís Campos Roxo (RJ) Silbert Faria Sisquim (RJ)
Renda/público: R$ 21.396,00 / 1.380 pagantes
Cartões amarelos: Juninho, Batista, Gabriel e Léo Silva (BOT); Amarildo, Bruno e Marquinhos (MAD)
Gols: Alex Alves, 22'/1ºT (0-1); Leandro Guerreiro, 20'/2ºT (1-1); Reinaldo, 36'/2ºT (2-1); Jones, 39'/2ºT (2-2); Túlio Souza, 48'/2ºT (3-2)

BOTAFOGO: Renan, Emerson, Juninho (Léo Silva - Intervalo) e Leandro Guerreiro; Thiaguinho, Fahel, Batista (Lucas Silva - Intervalo), Maicosuel e Gabriel (Túlio Souza - 23'/2ºT); Reinaldo e Victor Simões - Técnico: Ney Franco

MADUREIRA: Renan, Marquinhos, Ricardo, Artur e Amarildo; André Paulino, Wagner, Bruno e Neto (Luiz Claudio - 12'/2ºT); Jones (Daniel - 44'/2ºT) e Alex Alves (Vitor Silva - 41'/2ºT) - Técnico: Róbson Gabriel

Um comentário:

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